O Bolsonaro tem que ser questionado quanto às propostas, aos aspectos técnicos delas, todas as vezes em que os jornalistas se aproximaram disso, o despreparo do candidato foi evidente e constrangedor.
Perguntar a ele sobre polêmicas é como chamá-lo para jogar em casa, ele se fez nas polêmicas, cresceu através delas. E, verdade seja dita, eleitores convictos do Bolso não se chocam com as opiniões dele sobre a Ditadura, racismo, machismo, gays, etc.
Em 1 hora e 30 minutos com Bolso, primeira vez em que ele se veria obrigado a explicar suas propostas e percepção do que enfrentará como presidente, foi um desperdício angustiante tê-lo a repetir a esterilidade habitual e seguindo o próprio roteiro.
Bolsonaro não apenas corta qdo levanta-se polêmica, ele também mente e distorce com facilidade, nesse quesito penso que os jornalistas foram bem, estavam atentos; deixaram passar, no entanto, aquela loucura dele ter ajudado a pegar Lamarca, nem tudo é perfeito.
E falando em História, logo no primeiro bloco fica provada a necessidade de incrementarmos essas aulas, não eliminá-las como quer o restante da reforma: em um país onde o best seller da área é Narloch, alguém que elevou o conceito de desonestidade intelectual a patamar inimaginável antes, Bolso deu um show todo especial de ignorância.
Enfim, não creio que ele tenha perdido ou ganhado eleitores, a única novidade é que fica difícil agora continuar sustentando a versão mais civilizada dele: pressionado, Bolso volta a ser o leitor de Ustra, o criador de seu próprio folclore na cara dura, belicoso qdo não entende a pergunta, a debochar dos paisanos.
O Populismo Autoritário alastrou-se, a violência, ignorância e preconceito de Bolsonaro não lhe tiram votos. O quanto ele é fraco e inepto talvez, e isso é o que precisa ser explorado.