Eu tinha um amigo no colégio que tinha mitomania - aquela mania compulsiva de mentir sem parar. O que é uma coisa triste, porque se a pessoa não perde isso logo na adolescência, no início da vida adulta ela tem muitas dificuldades para manter amigos, conquistar empregos, etc. Ele vivia contando histórias, com mundos e fundos, sem eira nem beira, e se gabava daquilo que dizia. Não era uma má pessoa, mas exagerava demais.
Imagine uma turma de meninos de quatorze, quinze anos, todos virjões ou quase virjões. Uma segunda-feira de manhã ele chegou dizendo para os colegas de classe que no final de semana havia comido 27 mulheres. Nós criamos um apelido interno para ele, passamos a chamá-lo de "A Lenda".