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4.62K  12/06/2016 16h17

Receita de mulher - Vinicius de Moraes.

Eu iria posta-lo aqui, mas não coube no espaço.

entre na sua conta para poder responder.
eles perguntam
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elas respondem
10/02/2016 17h14
''Caso
Não
Tenha
Casa
Eu
Caso
E viro
Casa
E você
Mora
Em mim.'' Zack Magiezi
anônima
anônima
10/02/2016 18h27
Não é exatamente um poema, mas é o que mais gosto:

Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama.
William Shakespeare
12/06/2016 12h04
"Te encostarei na parede,
Extigarei tua sede
Navegarei na tua boca
Enquanto tiro sua roupa
Te tocarei com delicadeza
Sumirei com a dor e a tristeza

Vou fazer do seu cabelo
o meu boneco de corda
e te vestirei como uma princesa,
nua, na minha porta

Te deixarei nas nuvens
Nós vamos fazer chover
Te tirarei de lá e assistirei
Seu corpo correr

As suas montanhas vão subir
As suas pernas vão chorar
Estourarei suas nuvens e
Te deixarei pousar

Então voltamos ao ciclo do seu planeta,
Onde pretendo morar.
-Donguen
10/02/2016 17h15
A Volta da Mulher Morena
Vinicius de Moraes

Meus amigos, meus irmãos, cegai os olhos da mulher morena
Que os olhos da mulher morena estão me envolvendo
E estão me despertando de noite.
Meus amigos, meus irmãos, cortai os lábios da mulher morena
Eles são maduros e úmidos e inquietos
E sabem tirar a volúpia de todos os frios.
Meus amigos, meus irmãos, e vós que amais a poesia da minha alma
Cortai os peitos da mulher morena
Que os peitos da mulher morena sufocam o meu sono
E trazem cores tristes para os meus olhos.
Jovem camponesa que me namoras quando eu passo nas tardes
Traze-me para o contato casto de tuas vestes
Salva-me dos braços da mulher morena
Eles são lassos, ficam estendidos imóveis ao longo de mim
São como raízes recendendo resina fresca
São como dois silêncios que me paralisam.
Aventureira do Rio da Vida, compra o meu corpo da mulher morena
Livra-me do seu ventre como a campina matinal
Livra-me do seu dorso como a água escorrendo fria.
Branca avozinha dos caminhos, reza para ir embora a mulher morena
Reza para murcharem as pernas da mulher morena
Reza para a velhice roer dentro da mulher morena
Que a mulher morena está encurvando os meus ombros
E está trazendo tosse má para o meu peito.
Meus amigos, meus irmãos, e vós todos que guardais ainda meus últimos cantos
Dai morte cruel à mulher morena!
anônima
anônima
19/04/2016 13h00
Amar!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"
eles respondem
10/02/2016 19h31
Não adentre a boa noite apenas com ternura,
A velhice queima e clama ao cair do dia,
Fúria, fúria contra a luz que já não fulgura.
Embora os sábios, no fim da vida, saibam que é a treva que perdura,
Pois suas palavras não mais capturam a centelha tardia.
Não adentre a boa noite apenas com ternura,
Fúria, fúria contra a luz que já não fulgura…

Dylan Thomas
(1914–1953)

@specter
19/04/2016 09h55
Não posso te garantir o sol de amanhã.
Nem mesmo se conseguirei te fazer sorrir.
Tenho uma dificuldade enorme em programar
o próximo dia.
Mas há em mim uma disposição enorme
em te ver sempre bem, que você sempre
se encontre no teu próprio sorriso e ao mesmo
tempo se perca nele também.
Não consigo colocar nas palavras o quanto
quero te pertencer, mas nas minhas atitudes
espero que sempre veja o quento te desejo.

Inventei agora.
kakakakak
anônimo
anônimo
19/04/2016 09h57
" Dizem que o seu coração , voa mais que avião , dizem que o seu amor , só tem gosto de fel, vai trair o marido em plena lua de mel"
10/02/2016 18h20
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Produndissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

- Augusto dos Anjos
19/04/2016 10h22
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
19/04/2016 09h48
Escuridão é a minha casa.
A perda de um grande amor me cegou.
Nao regarei mais as flores
Nao acariciarei os animais
A lua para mim nao é mais nada
O sol não esquenta mais meu interior
Quizera voltar ao passado
Para nunca sofrer por amor.
Tão meiga tão encantadora
A moça que me cativou.
Um olhar tao fascinte
Penetrante avassalador.
Me fez de novo um adolescente
Um homem feliz e um sofredor
Veio como os passaros na primavera
e se foi como folhas ao vento de outono...
... foi sem olhar para tras, sem titubear,
como uma Deusa que lança uma flecha.
Devastou aos montes, fio a fio desfez meu coração..
anônimo
anônimo
19/04/2016 10h04
Missão impossível falar apenas um, são tantos de J. C. de Melo Neto, F. Pessoa, Augusto dos Anjos, O. Bilac... vamos lá:

Um horror grande e mudo, um silêncio profundo
No dia do Pecado amortalhava o mundo.
E Adão, vendo fechar-se a porta do Éden, vendo
Que Eva olhava o deserto e hesitava tremendo,
Disse:

"Chega-te a mim! entra no meu amor,
E à minha carne entrega a tua carne em flor!
Preme contra o meu peito o teu seio agitado,
E aprende a amar o Amor, renovando o pecado!
Abençôo o teu crime, acolho o teu desgosto,
Bebo-te, de uma em uma, as lágrimas do rosto!

Vê! tudo nos repele! a toda a criação
Sacode o mesmo horror e a mesma indignação...
A cólera de Deus torce as árvores, cresta
Como um tufão de fogo o seio da floresta,
Abre a terra em vulcões, encrespa a água dos rios;
As estrelas estão cheias de calefrios;
Ruge soturno o mar; turva-se hediondo o céu...

Vamos! que importa Deus? Desata, como um véu,
Sobre a tua nudez a cabeleira! Vamos!
Arda em chamas o chão; rasguem-te a pele os ramos;
Morda-te o corpo o sol; injuriem-te os ninhos;
Surjam feras a uivar de todos os caminhos;
E, vendo-te a sangrar das urzes através,
Se emaranhem no chão as serpes aos teus pés...
Que importa? o Amor, botão apenas entreaberto,
Ilumina o degredo e perfuma o deserto!
Amo-te! sou feliz! porque, do Éden perdido,
Levo tudo, levando o teu corpo querido!

Pode, em redor de ti, tudo se aniquilar:
- Tudo renascerá cantando ao teu olhar,
Tudo, mares e céus, árvores e montanhas,
Porque a Vida perpétua arde em tuas entranhas!
Rosas te brotarão da boca, se cantares!
Rios te correrão dos olhos, se chorares!
E se, em torno ao teu corpo encantador e nu,
Tudo morrer, que importa? A Natureza és tu,
Agora que és mulher, agora que pecaste!

Ah! bendito o momento em que me revelaste
O amor com o teu pecado, e a vida com o teu crime!
Porque, livre de Deus, redimido e sublime,
Homem fico, na terra, à luz dos olhos teus,
- Terra, melhor que o céu! homem, maior que Deus!
>Alvorada do Amor, Olavo Bilac
anônimo
anônimo
12/06/2016 16h17
Derivei meu amor

Eu derivei meu amor
Mas percebi que o limite
Tendia para o infinito.
Como solução somente a integração.
Usei a integral indefinida
Para calcular seu tamanho,
Mas percebi que era n-dimensional.
Então achei que era tudo relativo, dependia do
referencial.
Em cada ângulo imaginei meu amor,
Mas percebi que em leis não se enquadrava.
Achei tudo aleatório,
Pedi socorro à probabilidade.
Se era uma variável discreta ou contínua,
Foi difícil diagnosticar.
Mesmo com intervalo de confiança
O amor caiu além dos limites.
Soltei o coeficiente de aceitação,
Mas o amor assumiu valores
De uma complexa inequação.
Então tarde eu percebi
Que o amor não tem explicação.
anterior
Quando homens ficam de olhando e cochichando com os amigos, o que ele pode ter falado nessa situação?
próxima
Só eu que acho lindo mulher que usa meia calça preta?