Tem um quadrinho, Maus, do Art Spiegelman (que ganhou o Pulitzer com essa obra), que ele conta, numa história inspirada no pai dele, os horrores do holocausto. E lá tem uma passagem que demonstra bem a lógica desses raciocínios purificadores e quanto estão errados, é mais ou menos assim: um dos personagens diz para o personagem que conseguiu fugir da guerra e fugir de um campo de concentração, o quanto ele deve ser inteligente, perspicaz e preparado, afinal ele conseguiu fugir.
E este personagem, o que fugiu dos horrores da guerra diz: este seu pensamento, de que ele seria melhor do que os outros pq fugiu, está muito errado, pois se apenas aqueles mais fortes e mais preparados sobreviveram, hitler estaria certo e ele teria conseguido promover a limpeza que ele tanto quis. E ele ainda acrescenta, que ele conseguiu fugir pq teve sorte, pq foi inconsequente, não pq foi melhor que os outros.
Aliás, o livro é bem legal, vale a leitura :)