anônimo
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14/05/2019 12h21
Meu pai sempre foi um homem muito difícil e muitos aspectos. Agressivo com a minha mãe, chegando a bater nela grávida, já bateu nela na minha frente. É um homem que não pensa na casa, as coisas tem que ser do jeito dele. Uma vez ele veio do bar, umas 22:00 e avisou a minha mãe que de manhã viria gente pra um churrasco e almoço. A coitada se revirou feito doida a noite inteira pra fazer comida pra mais de 10 pessoas. Comida essa que faltou pra nós depois de uns dias. Já foi trabalhar fora duas ou três vezes e não mandou dinheiro pra casa nos deixando passar fome. Já disse que tinha vergonha de mim, algo que é explícito na testa dele até hoje, e ainda culpa minha mãe pelas frustrações financeiras dele. No final do ano passado ele me proibiu de lavar as mãos na pia da cozinha (Quer mostrar uma autoridade abusiva em coisas que não fazem sentido) Chegando a ir pra cima de mim ao me pegar lavando as mãos para almoçar, só não me bateu porque a sobrinha e a irmã dele estavam lá e ficaram apavoradas com a cena. Com ele você tem que pisar em ovos, qualquer palavra que ele interprete de forma errada ou que ele não goste é motivo pra no mínimo ele gritar com você. Temos uma relação baseada no medo, em calcular cada passo, cada palavra, cada gesto simples dentro de casa. Eu falei para minha mãe que é horrível se ver em meio a uma situação dessas e não buscar uma mudança, ela disse que ruim com ele, pior sem ele. E eu sinto nas palavras dela, não só um sentimento de precisão financeira, mas também de amor. E é isso que eu não entendo, eu já sofri muito, mas a que mais sofreu foi ela, e ela ainda guarda sentimentos bons por esse homem... Até hoje eu me sinto muito magoado, magoado com as atitudes, a agressividade que me fez desenvolver crises de pânico social, a falta de respeito dele em me agredir na frente da família sem o menor pudor. Na bíblia diz para ter amor e respeito por pai e mãe, mas mesmo eles sendo assim a gente tem que ter amor? Como ter sentimentos bons assim?