Acho que a modernidade esteja influindo na maneira como nos relacionamos,
em nossas expectativas, na maneira como nos vemos, no que estamos dispostos
a oferecer e no que desejamos receber, na velocidade em que queremos essas coisas.
Insistir nos relacionamentos não deve acontecer como princípio, nem toda relação
merece o esforço ou o recebe por amor, mas por vício.
Entendo o que vc quer dizer e concordo, temos a sensação de muitas opções hoje
em dia, em 3 clicks online e já encontramos milhares de pessoas com as quais apa-
rentemente temos afinidades, pessoas atraentes, por que perder tempo n'algo imper-
feito e que precisa de conserto, se podemos partir para uma paixão novinha em folha,
sem obstáculos, sem ressentimentos, sem trabalho a ser feito?
Existe uma ideia moderna de felicidade, e o conceito de felicidade vem mudando rápi-
da e firmemente há quase 4 séculos, recentemente estabelecendo-se como um estado
pelo qual devamos buscar, um objetivo em si mesmo, a noção de que, se ela não estiver
presente constantemente, não há normalidade. E isso é um contrassenso, a felicidade, a
ausência de sofrimento em graus diversos, a plenitude, são a exceção. E não podem ser
o objetivo. Dor, sofrimento, frustração, imperfeição, luta, são o sal da terra, o normal.
Como amar profundamente, a ponto de querer vencer os problemas, de engolir sapos,
de não buscar perfeição no todo, mas uma relação realista de acordos, se cedemos à ideia
de felicidade como perfeição, como aquisição, como fim, uma falsa noção de fluxo inter-
mitente e fácil? É uma ideia sedutora e impossível, quem cede a ela está fadado à frustração
e ao descarte contínuo das relações que "apresentem defeitos".
Pessoas -são, e se sentem livres para amar e assumir o próprio amor*
Não há amarras, quanto a capacidade de amar - sentimento-, antigamente e no presente, isso continua igual.
Vi que as pessoas, nas respostas dadas aqui, focaram bastante no aspecto do peso do viver uma relação fadada ao fracasso. Isso realmente é uma libertação.
Porém, esse "não lutar por um amor" diz mais respeito ao início das relações, não ao final delas. Estou certa?
Isso que você diz é um fenômeno observado na psicologia e na filosofia. Na verdade o que ocorre é uma falta de empatia com o outro. Estamos cada vez mais narcisistas e não aceitamos o outro nas suas diferenças. Essa falta de empatia provoca esse sentimento de que "se não me agrada não me serve", e não percebemos que na verdade estamos ficando cada vez mais intolerantes.
Será um desafio para as próximas gerações.
Sociedade da culpa. Culpa todo mundo, culpa a internet, culpa o outro, culpa a tecnologia. Vemos homens fracos, mulheres fracas, sem generalizar. Precisamos é tomar atitudes e ser pessoas responsáveis pelos nossos atos e conscientes e ,claro, não descartar o outro. Deve-se ter em mente que uma pessoa que faz isso acha que é bom não sentir amor, mas ela não sabe o que perde. Plante amor.
Com Deus.