Pensaria em algumas possibilidades:
1- Tem o vocabulário limitado, raciocínio reducionista;
2-Não tem a exata noção do que seja sexualidade;
3- Usa de força de expressão;
4- É machista e capaz de realmente sentir-se proprietário d'algo que por
definição é aspecto pessoal e intransferível.
Se fosse meu parceiro, partiria da premissa de que é força de expressão, que
ser "dono da minha sexualidade" corresponderia ao desejo que temos ao dizer-
mos qdo amamos que "somos de alguém" ou que "alguém é nosso"; não é uma
realidade, é um anseio, assim como de que o amor seja eterno, o de que quem
amamos deseje estar conosco para sempre voluntariamente, nos permite "possuir".
Infelizmente, Leal, basta dar uma folheada nos jornais, observar ao redor ou con-
versar por aí e descobrir que esse tipo de "propriedade" é mencionada frequente-
mente com intenção literal e que homens e mulheres( embora homens sejam nu-
mérica, estatística e historicamente mais propensos) são capazes de irem a extre-
mos de violência para manter esta circunstância imaginária, mesmo que contra
a vontade do outro.
Portanto, caso isso me fosse dito a seco, sem explicação ou sem contexto romanti-
co, íntimo e metafórico, eu pensaria tratar-se de inclinação obtusa e machista.
Sendo bem sincera, a formulação, "dono da sexualidade" é, per se, tétrica, de mau
gosto e anticlímax, ainda que em contexto e sentido figurado, é péssima proposição,
eu no mínimo ficaria ressabiada, cheira a violência e imposição.