Sim, principalmente na época de criança na escola, eram os apelidinhos ''leite azedo'' ''Majin Boo''(quando ia no sol e voltava vermelho), ''cabelo de linha de pescar'', mas nunca me importei com esses apelidos.
Oxe, uma moça no posto chegou pra minha irmã e perguntou se a minha sobrinha era filha dela, ela disse que sim... aí a moça perguntou: você roubou ela de onde? Simplesmente porque a minha irmã é um pouco mais clara que eu (só que negra) e a filha é branquinha. Eu deixei ela mais baixa que o chão no posto... fiquei revoltada. Falei mesmo! E minha irmã ainda veio me dizer: pq fez isso, Renata?! Mas falo mesmo! Falei: uma p* daquela que se acha branca,onde tem branco aqui? Só no Sul mesmo.
Já fui impedida de entrar na casa de uma amiga na infância em determinadas ocasiões, sempre que o avô polonês racista fugido da guerra dela estava em casa, eu não podia entrar. A gente tinha que brincar na rua, ou no portão dela. E uma outra vez que fui entregar um currículo num restaurante coreano, estava precisando de atendente. Assim que eu entrei no estabelecimento perguntando sobre a vaga, a coreana até arregalou os olhos, e já foi me enxotando do restaurante, nem quis chegar perto de mim pra pegar o currículo.
É triste isso, ninguém merece ser destratado ou desmerecido por conta da quantidade de melanina na pele.
Na infância e na adolescência, mas é eu não gosto de falar sobre por que foi pesado para eu na época dos ocorridos.
O importante é o que fazemos com isso. O que não mata, nos fortalece.
Já, quando namorava um cara preto, sendo eu branca e loira. As pessoas nem se davam ao trabalho de disfarçar, arregalavam os olhos e ficavam olhando com cara de nojo. Nunca dei bola para isto, mas apenas fiquei muito impressionada com o número de pessoas tão preconceituosas e o tamanho absurdo do preconceito.