anônima
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08/11/2019 16h38
Fui com os meus pais ao veterinário levar um dos nossos gatos. Chegando à clínica, surpreendi-me com o veterinário: muito bonito! Mas não apenas isso, ele fazia bem o meu tipo ideal. Muito atraente.
Outra vez fui ao oftalmologista. Ele tinha uma beleza mediana, não era nada que chamasse a atenção, mas ele foi simpático, educado e conversou um pouco comigo sobre coisas que nem tinham a ver com a consulta. Senti-me atraída por ele.
Uma mulher normal e bonita, quando se interesse por alguém, acredito que ela pensa em formas de como conhecer melhor aquela pessoa. Mas eu lamentei por saber que homens como eles jamais olhariam pra mim.
O que eu acho muito triste nessa situação é saber que minha aparência ruim é instantaneamente uma barreira para me aproximar das pessoas. É tão chato saber que por ser feia muitas pessoas jamais farão parte da minha realidade. E antes que alguém pense: "Ah, mas você sendo feia, tem que se conformar com um feio também. Tá pensando o quê?"
Eu sei disso. Na verdade, sei que é pior, que nem mesmo uma pessoa do meu nível se interessa por mim. Mas o que eu estou lamentando aqui não é o fato de não ter um bonito pra mim. Minha angústia é por me sentir menor que qualquer pessoa, não tendo o direito de sequer tentar conhecer melhor alguém que eu ache atraente.
Alguém consegue me compreender? Sabem como é sentir qualquer pessoa sendo impossível para você? E muitas delas, como surreal?
Uma coisa é tentar conhecer alguém, conversar, mas não dar certo. Levar um fora. Tudo bem. Outra coisa é você sequer tentar porque sabe que suas chances são zero. É como se você se sentisse como sendo de uma outra espécie. Como um bonobo se apaixonando por um ser humano. É assim que eu me sinto.
Adendo: Sei que citei dois médicos como exemplo, e que meu contato com cada um deles foi num contexto profissional. É óbvio que a pessoa não vai sair paquerando médicos. Eles foram apenas exemplos.