Bom, tomando por base o que o tal porta dos fundos fez, então, o humor e a arte, não tem limites.
Como o pessoal do porta dos fundos se declarou "ateu", então, eles acharam por bem que, sendo ateus, poderiam zombar e fazer humor da fé alheia.
Sendo assim, sendo eu hétero, também poderia fazer humor zuando os gays, afinal "arte é arte e não tem sexo", do mesmo jeito que não tem religião.
Sendo assim, sendo eu branco, também poderia fazer humor zuando os negros, afinal "arte é arte e não tem cor", do mesmo jeito que não tem religião.
Quem defende o que o porta dos fundos fez, dizendo que "humor não tem religião", também defenderia alguém que fizesse humor com os gays ou com os negros, a premissa é exatamente a mesma, afinal, "a arte não tem religião, sexo e nem cor."
Ou, em se tratando da religião alheia, tudo é válido, mas se for falar de raça, etnia ou gênero, não pode nada?
Onde está a coerência em se atacar um grupo, em nome da "arte e do humor", e preservar outro?
Não merecem respeito, de maneira igual, os religiosos, os gays e os negros? Ou apenas os religiosos devem ser excrachados, menosprezados, vilipendiados, humilhados, em nome da "arte e do humor"?
Sendo eu ateu, não tenho que respeitar os religiosos em geral? Sendo eu hétero, não tenho que respeitar os gays? E sendo branco, não tenho que respeitar as demais raças e etnias? Ou posso usar do humor para atacar grupos opostos ao que sou e ao que defendo?
O que eu vejo, é que há muita hipocrisia, mentira, falsidade e manipulação, quando alguém acusa o outro de ser racista, preconceituoso, etc.
Mas quando determinados grupos usam da arte e humor, para atacarem outras pessoas, não vejo os pseudos defensores das minorias, se levantar e protestar. Silêncio total.