Obrigação do governo não é escolher entre saúde e economia, é adaptar a economia às circunstâncias do momento, seja guerra, crise, epidemia etc. Diferente de outras crises que eram essencialmente econômicas, essa é consequência da saúde. É preciso atuar nas duas frentes. Os hospitais já estão abarrotados, não há cura ainda, não há testes suficientes, o isolamento é a melhor forma de tanto evitar sobrecarregar o setor de saúde, quanto minimizar contágio (e mais mortes), quanto de ganhar tempo. E tempo é vida, tempo é dinheiro. Cancelar ou diminuir a quarentena em prol da economia é desconhecer o que significa economia.
Vamos ao pacote. 750 bilhões para 375 para instituições financeiras na qual boa parte não trabalham com carteira de microcrédito para micro/pequenos negócios. Sobrando então outros 375 para economia real, dinheiro jogado direto no bolso do trabalhador e empregador. Considerando o crescimento do PIB de 1% em 2019, é um valor ineficaz pra reativar a economia. Não vai funcionar.
"Ah, mas não temos 2 trilhões que nem EUA, vamo tirar de onde?"
Há várias saídas, que já deveriam ser tomadas há anos:
- Reforma tributária, suspendendo 6 meses(que é o estimado até atingirmos o pico e começar a estabilizar) pagamento dos tributos para setores mais afetados.
-Diminuir imposto sobre importação para estimular inovação do parque industrial.
-Ratificar o BPC.
-Campanha EM MASSA para distribuir/arrecadar cestas básicas para comunidades e população mais carentes.
Olhem o gráfico acima (faltam instituições, mas serve) e vejamos que o corona afeta 3 mercados: bens/serviços, produção e externo. Pararam. O governo deve corrigir os distúrbios nas variáveis de fluxo(caixa de empresas/Estados) com variáveis estoque(aumento do passivo). Se endividar PRA CARALHO agora, mas garantindo que o fluxo não pare e que estejamos bem para trabalhar quando isso passar.