Não estou aqui julgando ou condenando essas empresas...mas é confirmado que a grande maioria das empresas e redes sociais como Google,Facebook, tiktok,Amazon e muitas outras tem acesso direto a todos seus dados pessoais,histórico de navegação,galeria de fotos, localização,contatos e até suas conversas íntimas em apps dentro do seu celular.
Inclusive poucas pessoas sabem,mas algumas empresas como tiktok não só possuem acesso a fotos e vídeos de sua galeria mas se eles quiserem eles podem utilizar qualquer material da sua galeria e te expor pra fazer publicidade. Você nem mesmo poderia processar eles ,pois a partir do momento que você concorda com os termos de uso vc automaticamente está assinando um contrato onde vc fornece sua imagem de graça para eles.
O que acham de tudo isso? vcs vêem toda essa invasão de privacidade como um problema no futuro ou relevam de boa?
Eu não vejo tanto problema em uma EMPRESA ter acesso às minhas coisas, até porque sei como que as coisas funcionam e sei que eles não vão fuçar nas coisas individualmente, é tudo feito por meio de algoritmos automatizados. Mas, eu tenho muito medo de empresas ligadas a GOVERNOS ou então só GOVERNOS tendo acesso aos meus dados. Esse tiktok ai tem ligação com empresas chinesas e provavelmente pra essa empresa existir, ela tem que dar acesso aos dados para o governo chines.
Meu maior problema com celulares chineses é que é quase certo que o governo chines tem completo a tudo, câmeras, microfone, dados em geral e lá eles já tão criando IAs para conseguir identificar o rosto de pessoas e fazem aquele "credito social" onde as pessoas são classificadas e podem ganhar ou perder oportunidades de acordo com esse credito. Se falar mal do governo lá, mesmo que seja em uma conversa informal, pode ser esse credito funcione e se tentar fazer uma manifestação...talvez desapareça.
Esse é o meu maior medo, se um dia todo mundo ficar refém disso, com um governo autoritário com controle total de tudo que tu faz, fala, mostra.
Algumas frases importantes foram escritas por Eric Schmidt (ex-CEO do Google) e Jared Cohen (CEO da Jigsaw, think tank geopolítico do Google) no livro escrito por eles “The New Digital Age: Reshaping the Future of People, Nations and Business”:
“Nossos passados altamente documentados terão um impacto nas nossas perspectivas de futuro, e nossa habilidade de controlar como nós somos percebidos pelos outros diminuirá drasticamente.” (p.37)
“Sua identidade online no futuro provavelmente não será uma simples página do Facebook, mas sim um constelação de perfis de toda sua atividade online que será verificada e até regulada pelo governo” (p.38)
“No futuro, informações ligadas a perfis online verificados serão ranqueadas acima do conteúdo que não tem verificação. O verdadeiro preço de se manter anônimo será talvez a irrelevância. Até o conteúdo mais fascinante de todos, se ligado a um perfil “anônimo”, simplesmente não será visto por ter um ranking excessivamente baixo” (p.38)
Este livro foi publicado em 2013 e muito do que vemos na Internet atual já é um reflexo direto de uma medida que já havia sido estruturada pela alta gerência do Google há vários anos atrás.
O que enxergamos em sites como Google, Youtube e Facebook não são recomendações que nos agradariam ao máximo mas, pelo contrário, são conteúdos gerado por perfis “altamente ranqueados”, algo que no fundo é determinado de forma oculta por algoritmos dessas empresas.
Graças ao trabalho de whistleblowers de dentro do Google, hoje sabemos que esta empresa deliberadamente altera seus algoritmos de recomendações para beneficiar certas “narrativas” que acabem trazendo “algorithmic fairness” (justiça algorítmica). Cada vez mais isso fica escancarado e já há projetos open-source neste sentido que foram criados pelo próprio Google, como é o caso do google-gym-fairness... https://olharperene.com/as-assustadoras-frases-dos-executivos-do-google/
Na verdade, não há invasão de privacidade quando há previsão nos termos de uso. É o usuário que decide o quanto a sua privacidade é irrelevante quando dá o "aceite" nos termos de uso.
A questão é que o mundo caminha para a hiper dependência digital, principalmente depois da pandemia. Estabelecer limiares de convivência sadios é o desafio dos próximos anos.
Para MIM o maior problema não reside em um aplicativo que posso ou não instalar, em uma rede social ou de conteúdo que posso ou não usar, mas nos termos de uso do dispositivo, requisito básico, atualmente, para a vida em sociedade.