Não colocaria nestes termos ("macho" e "fêmea"; "superior" e "inferior"), mas se estiver falando de uma pessoa boa, com um crápula, direi que vejo muito disso por aí.
Talvez o emocional dessas moças esteja abalado por outras situações já vividas e acabam entrando em relacionamentos destrutivos, talvez para tentar preencher o que não está bom, porém só encontram mais "solidão acompanhada". O ser humano se adapta às situações mais absurdas possíveis. Às vezes, a mulher nem percebeu, mas está acostumada a muito do que não é legal e está longe de te fazer bem. Mas, ao mesmo tempo, não tem dentro de si referência positiva, que comprove que há algo errado com isso daí, então ela se mantém, continua, se submete e permanece se diminuindo, se desgastando, se oprimindo e aceitando o que está longe de ser bom para ela.
As experiências empobrecidas de afeto do histórico vivido, podem afetar a autopercepção, autoestima e nos influenciar no parâmetro relacional. Se a internalização do amor estiver deturpada, se a forma de vivenciar o amor foi disfuncional, tende-se a se manter aprisionada e viciada em dinâmicas pra lá de abusivas e destrutivas. Afinal, foi assim que o amor lhe foi apresentado e é desse modo que por pior que possa ser, entende que precisa aceitar isso para sobreviver.
A conscientização desse funcionamento é o primeiro passo para mudar. Quando começa a enxergar a escassez de afeto que recebe e ao mesmo tempo tem muita dificuldade de sair desse lugar, já foi dado o passo mais importante, a constatação da realidade em que vive.
Depois disso é necessário desconstruir as crenças distorcidas.
É preciso descobrir o real amor em si. Se tratando com carinho, cuidando do que faz e não faz consigo mesma, mais atenta às escolhas e renúncias, limites, companhias, aceitações e tolerância.
Permitindo o que é bom ficar, sem sabotar, se comprometendo com o que agrega em si.