Trata-se de um fenômeno que os sociólogos chamam de ultrapolítica. Para o senso comum, se você não estiver envolvido na guerra contra O Inimigo (assim mesmo, com letra maiúscula), então, você só pode estar com O Inimigo.
O maior exemplo disso é justamente o que você menciona. Quem não votava no Jair, em 2018, era automaticamente tachado de petista/passador de pano de corrupto. Do mesmo modo, quem não votava no Haddad, era automaticamente fascista.
A ocorrência deste fenômeno é um claro reflexo do nível de despolitização em que a gente se encontra.
Pois é, parece que tem gente que não entende que se você não gosta de políticos corruptos, automaticamente você não gosta nem do Bolsonaro nem do Lula e mais um monte.
Quando se tem uma opinião, quem discorda, o transforma num inimigo. No aspecto político, te joga para um grupo oposto, com um líder como exemplo.
Esse pensamento binário atual, pode continuar por muito tempo, cessando a possibilidade de surgimento de novos líderes.
“Será que essa que essa minha estúpida retórica, terá que soar, terá que se ouvir por mais mil anos?” Caetano Veloso.
Conversa de liberaloide.
Inclusive, existe o liberaloide isentão prudente e sofisticado que não é lulista ou petista, mas que não faz nenhum esforço contra o stablishment, que normalmente é mais tolerante a esquerdista/progressistas e menos tolerante a quem não é (precisa nem ser conservador, basta ver o que passa na televisão vou o que muitas empresas usam como propaganda para ver abordagens que levam a julgamentos e patrulhamentos, independentemente de ter razão ou não).
Se não gosta ser taxado como bolsonarista ou petitsta simplesmente pare de falar sobre política, isso não acrescenta nada na nossa vida além de brigas e intrigas.