Cara
@Estrela,
Em particular, depois de viver tantas desilusões amorosas, é muito para mim difícil juntar os estilhaços do coração para amar novamente. Queria dar um tempo, mas o amor não é emprego para podermos tirar férias, é um mandamento. Isso até me lembrou um parágrafo que li hoje no livro do C. S. Lewis, Os Quatro Amores:
"[...] Mesmo sendo admitido que o fato de nos protegermos das desilusões fosse uma atitude sábia, o próprio Deus oferece tal segurança? Parece que não. Cristo diz no final: “Por que me abandonaste?”
Não existe alívio na sugestão de Agostinho. Nem em qualquer outra linha de pensamento. Não existe um investimento seguro. Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração irá certamente ser espremido e possivelmente partido. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, não deve dá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em passatempos e pequenos confortos, evite todos os envolvimentos, feche-o com segurança no esquife ou no caixão do seu egoísmo. Mas nesse esquife - seguro, sombrio, imóvel, sufocante - ele irá mudar. Não será quebrado, mas vai tornar-se inquebrável, impenetrável, irredimível.
A alternativa para a tragédia, ou pelo menos para o risco da tragédia é a danação. O único lugar fora do céu onde você pode manter-se perfeitamente seguro contra todos os perigos e perturbações do amor é o inferno." [...]