A suposta traição, só existe na cabeça do narrador-autor, toda cerne do livro gera em torno da intolerância e pré julgamento. Ele achou que era uma coisa e levou até o fim. Criando suas fantasias.
Nós fazemos isso o tempo todo.
Quando conhecemos alguém, já fazemos um pré julgamento, é inconsciente. Mas na maior parte do tempo, mudamos essa impressão com o convívio.
Isso é muito perigoso. Nem todos mudam.
Como estamos falando de Machado de Assis, com sua genialidade, é certeza que havia um contexto para essa temática na época.
Porém, como ele é atemporal, serve para sempre.
Para reforçar, te faço uma pergunta:
- O que acha de uma pessoa que acabou de conhecer?
Sua resposta pode ser a mais variada. E ela terá algum tipo de preconceito. Pro bem ou pro mal. Até mesmo indiferente.
Se não for uma Dona Casmurro, irá reconsiderar ao conhecer melhor a pessoa.
Bentinho teve um impressão a respeito de Capitu e Escobar e aquilo passou a ser uma verdade absoluta.
O livro não dá nenhum elemento que prove algo, nem mesmo a citação que o filho se pareça um pouco com o amigo, já que não existe características físicas citadas detalhadamente, até porque o narrador é o personagem com a ideia fixa.
Logo no começo do livro ele cita o apelido Dom Casmurro dado por um usuário do Trem( ou bonde) que ele não gostava, mesmo não tendo motivo para isso. Já é uma dica sobre a personalidade do personagem.
Traiu sim. O muleke tinha as pernas tortas os ombros, e atéo cabelo do dito cujo. E a bicha era manipuladora, sabia se portar no enterro, com "olhos de ressaca". O bixo foi corno mesmo