De tudo que é nego torto
Do mangue, do cais, do porto
Eu já foi namorada
O meu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dou assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
Sou a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vou amiúde
Com os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Sou é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Eu dou pra qualquer um !!!