Marketing, saber vender seu produto, ao postular um diferencial que o torna único e exclusivo. Através de uma enxurrada de propagandas na mídia, somos contaminados por argumentos que tentam nos convencer de que usar a marca X vai me fazer feliz, me sentir satisfeito, que aquele produto ou serviço vai ter uma grande utilidade na minha vida, quando muitas das vezes não se passa de falácias. Como Goebbels já disse "uma mentira contada 1000 vezes se torna verdade", então pela repetição acabamos absorvendo este excesso de informação e propaganda que passam a influenciar nossos gostos, nossas preferências e coagir que consumamos tal produto de tal marca.
Além disso e das questões estéticas (no caso de marcas relacionadas a moda e vestuário), é vendida uma outra noção que acaba tocando em um ponto delicado de muitas pessoas: a sensação de pertencimento a algum grupo, que assim conforta o indivíduo e o faz querer se reafirmar a todo instante perante a sociedade o porquê que ele pode e deve ser enquadrado como pertencente de tal tribo. As posturas, a personalidade, seu estilo, roupas, todos os artifícios que possam contribuir para reforçar o imaginário pretendido é buscado pela pessoa. Usar um tênis assim ou assado, a camiseta assim, com tal estampa, de tal empresa, corrobora para essa visão. Aí você percebe que uma grande marca não tem só o domínio sobre os produtos propriamente ditos que anuncia e comercializa, mas também é capaz de fomentar comportamentos, posturas e até mesmo alterar a personalidade em prol de se buscar uma padronização social ampla o suficiente para impulsionar seus lucros. A propaganda mais efetiva é aquela que muda a essência do consumidor, e é preciso saber vender além do que meramente se está explicitamente anunciando. Muita coisa é transmitida e vendida nas entrelinhas do mero anúncio, indiretamente, de maneira velada.
Quem não se atenta a isso pode cair num consumismo desenfreado em busca constante de autoafirmação