eles respondem
Uma poeta muito querida por mim que escreveu. Saudades.
Solidão
Cansou-me a tua ausência prolongada
e, da Esperança, a luz já se apagou.
Feriram-se os meus pés na caminhada
e, exausto, o coração não mais amou.
E foi-me tanta mágoa repassada
que, dentro em mim, já nada mais restou,
-- nem mesmo uma saudade malograda
daquele amor que veio e não ficou.
Visto, pois, que esse amor já não existe,
não me adianta chorar ou ficar triste
num lamentar sem trégua e sem razão!
Neste abandono solitário e frio
resta-me agora um coração vazio
e, como companheira, a Solidão.
O Pássaro de Hermes
Voando livre pela escuridão
Séculos passei
Esperando ser à realidade de volta trazido
Por olhos da cor da lua
O sonho de uma noite
A prece de uma alma
O pássaro das sombras
Que ao infinito abre suas asas
O ilimitado horizonte
Que a mim nega passagem
Pois aqueles com coração de neve
São os únicos que a ele podem atravessar
“Não chore, belo pássaro.”
Diz-me o horizonte
“Os olhos que procura eu irei lhe dar”
Então o mar a mim sorriu
Transformando suas águas em mãos
Que as minhas seguraram e a
Minha alma hipnotizou
Mas que tolo fui
Ao no horizonte acreditar!
O mar minhas asas cortou
E em suas águas me jogou
Pelas correntes de gelo aprisionado
Desesperado, gritei
O mar de mim riu:
“Pobre pássaro tolo! A mim agora pertences!”
Ao mar chorei
E pela liberdade implorei
O mar a mim não deu ouvidos
E ao meu coração com barras de ferro trancou
Anos se passaram
Preso eu estava
Até que a mim sorrindo e libertando
Um estranho ser apareceu
“Quem és tu?”
Ao estranho perguntei
“Sou Hermes”
Ele respondeu
Minhas correntes por Hermes
Foram quebradas
Minha liberdade devia
Ao ser que me encontrara
“Como a ti posso agradecer?”
Hermes riu à minha pergunta ouvir
“Sejas meu, belo pássaro. Terás tua liberdade, mas a mim pertencerá”
Ao pedido eu acatei
E hoje, milênios após a armadilha do horizonte,
Ainda sou o que me tornei
No momento em que o mar deixei
Sou o pássaro de Hermes
Diomezio Almeida
Enviado por Diomezio Almeida em 24/10/2011
No alto daquele cume
Plantei uma roseira
O vento no cume bate
A rosa no cume cheira
Quando vem a chuva fina
Salpicos no cume caem
Formigas no cume entram
Abelhas do cume saem
Quando cai a chuva grossa
A água do cume desce
O barro do cume escorre
O mato no cume cresce
Então, quando cessa a chuva
No cume volta a alegria
Pois torna a brilhar de novo
O Sol que no cume ardia
No alto daquele cume
Plantei uma roseira
O vento no cume bate
A rosa no cume cheira
Quando vem a chuva fina
Salpicos no cume caem
Formigas no cume entram
Abelhas do cume saem
Quando cai a chuva grossa
A água do cume desce
O barro do cume escorre
O mato no cume cresce
Então, quando cessa a chuva
No cume volta a alegria
Pois torna a brilhar de novo
O Sol que no cume ardia
Pois torna a brilhar de novo
O Sol que no cume ardia
Pois torna a brilhar de novo
O Sol que no cume ardia
Como dizia o filósofo Piton, que teve como discípulo nada mais nada menos do que Karl Marx. Tudo na vida depende do quanto você quer comer alguém. Você trabalha pra comer alguém, você estuda pra comer alguém, você usa droga pra comer alguém, você malha, toma veneno, faz a desgraça toda pra comer alguém, você vai num show com a intenção de sair de lá pra comer alguém, você faz doação, você faz caridade, posta foto da caridade que você fez no Instagram, no face, pras mina olhar: ó... ele é caridoso, ele tem pensamento social, ah vou dar pra ele, PRA COMER ALGUÉM DESGRAÇA, tudo na vida tem a intenção de comer alguém, a quantidade de vontade que você quer ESFOLAR UMA BUCETA DESGRAÇA, então não venha com essa de que a... eu sou, eu sou beneficente, eu sou amigo da comunidade, você não é amigo de desgraça nenhuma, você quer comer alguém rapaz, você quer fuder pra comer alguém, você não estuda, pra ter um emprego bom pra juntar dinheiro pra falar: a... não sei o que, eu sou bem sucedido. VOCÊ ESTUDA PRA CHEGAR A DESGRAÇA, EU TENHO DINHEIRO, EU VOU FUDER PUTA, EU VOU COMER TODO MUNDO DESGRAÇA. Então a ideia é essa, façam tudo, FAÇAM TUDO NA INTENÇÃO DE ESFOLAR UMA BUCETA DESGRAAAAAAAAÇA.
Sem pedir nascemos
Sem querer morremos
elas respondem
“Do amoroso esquecimento
Eu agora — que desfecho!
Já nem penso mais em ti…
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?”
I tried to live my life again, didn't get as far as the first time For knowing how it would end, I chose not to meet you And over not meeting you I chose to die. Ever since you left me I've been known to often smile, Well, don't you know smiling's the tool Of those who've no more strength to cry And sometimes I think of many things I'd like to say I'm sure you'd be converted if you heard my plea But I know, that when the time comes for you to see me I'll just say "thanks" and walk away
Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar. (…)
-Clarice Lispector