Brasil tinha tudo pra ser um país de primeiro mundo, não tem terremoto, tsunami, furacão...mas infelizmente a política e a própria população estraga o que temos de melhor.
Sim, pois somos um povo batalhador, um povo que não desiste mesmo em meio de dificuldades, sempre persistindo. O cantor Manoel Gomes é um exemplo.
Sim, eu sinto. Pela vasta e riquíssima cultura que temos, e pouco sabemos ou valorizamos. Pelos grandes nomes da história do Brasil - alguns até anônimos - em diversas áreas, que não recebem o seu devido valor. Pela literatura, pela música, pela arte, menosprezadas. Pela história - desconhecida. Pela natureza, desdenhada, insuficientemente conservada, sejam pelos órgãos públicos e empresas e pelas pessoas que a poluem sem pudor. Pela imensidão da diversidade paisagística e climática, preteridas em detrimento de paisagens externas, europeias, estadunidenses, por supostamente terem mais "glamour". Pela culinária! Ah, mas para alguns, aquele alimento "importado" possui muito mais simbolismo do que um pão de queijo; do que um brigadeiro; do que uma feijoada; um acarajé; um mate gelado; do açaí; dos sucos sem fim...
Desconhecemos a grandeza de nossa própria história. Como qualquer outra, possui trechos obscuros, que devem servir de lição para não repetirmos tais erros no futuro. Mas se não temos consciência destas, sempre estaremos fadados ao erro completamente evitável, ao erro grosseiro, ao erro vicioso que assola a nação. Temos um povo criativo, inventivo, sagaz, independentemente do grau de instrução, e que pode ser potencializado caso todos tenham o acesso adequado aos estudos. Conhecimento empírico, talentosas produções intelectuais, acadêmicas, pouco divulgadas, pouco aplicadas, fazendo o povo acreditar que as universidades não possuem função relevante na sociedade.
Sofremos, a maioria, de uma grave patologia chamada "complexo de vira-lata", termo cunhado pelo saudoso Nelson Rodrigues. Nos rebaixamos por não entendermos nossa grandeza e nossa importância perante o mundo, pois isso não é ensinado e passado para as pessoas como se devia. Há muitos pontos a se melhorar; muitas mazelas a se mitigar. Parafraseando Euclides da Cunha, "o brasileiro é, antes de tudo, um forte". Seguimos na esperança de um país melhor, e isso, querendo ou não, parte da gente.