Para o estado, o que importa é pagar impostos para que ele arrecade.
Se algo der muito lucro e o estado não pode arrecadar proporcionalmente em cima, como é o caso das drogas, então logo é proibido.
A cocaína já foi vendida livremente em farmácias até o começo do século passado e, nem por isso, a sociedade virou um caos.
Nada deveria ser proibido e ninguém deveria pagar impostos. Pague apenas o que você usa ou consome diretamente.
Racismo e mercado. Europeus associavam maconha a negros, índios, mexicanos, rituais (para o Rastafári, por exemplo, é uma planta sagrada que ajuda a mente) e vagabundagem. Isso ao mesmo tempo valorizava o álcool e o tabaco e mantinha a maconha longe dessa fatia do mercado.
Fumar cachimbo era coisa de homem de respeito, fumar maconha era coisa de senzala. Não à toa os portugueses chamavam maconha de "fumo de Angola". Aí mistura com uma tonelada de artigos pseudocientíficos associando maconha a loucura e crime, já viu, maconheiro: não é um civil de respeito.
Temos que ter em mente que tudo que negro fazia quando não era criminalizado, era no mínimo mal visto. Assim como capoeira, candomblé e até roda de samba já foram criminalizados. Vamos sempre lembrar que um dos pais do samba, João da Baiana, foi preso e teve seu pandeiro apreendido por simplesmente andar com ele na rua. Não foi coincidência que apenas 2 anos após a Lei Áurea foi instituído o famigerado "crime de vadiagem", basicamente uma desculpa pra sentar porrada em preto.
Mas o tempo e o dinheiro mudam tudo. Tá aí maconha sendo legalizada no Canadá, em debate em vários Estados nos EUA. É questão de tempo pro mesmo rolar por aqui. Quer dizer, ser legalizada na teoria porque na prática só não fuma quem não quer.