Tem muito discurso bonito por aí. Estudei na PUC e lá a gente é obrigado a fazer projeto comunitário e fui fazer logo na FAS (fundação de ação social) do Capanema. Cheguei achando que o pessoal ali eram todos uns coitados, conversava muito com eles e 99% tinha família mas perdeu tudo por causa de vício e na maioria bebida alcoólica. Foram parar lá porque tavam morrendo de frio na rua. Aí pensei: a família abandonou, deixou a deus dará. Só que não. Não queriam internar, alguns tavam tentando melhorar de vida (tipo uns 3) e outros nem aí com nada.
Esses dias foram lá tentar tirar o pessoal das ruas, porque sinceramente, Curitiba tá virado em morador de rua e o que mais assusta é que tem muita gente nova e o resultado? Só 3 toparam ir até lá. Então assim, aqui pelo menos tem um pouco de auxílio, as pessoas tem chance de pelo menos sair da rua, tomar um banho, ter uma cama limpinha e comida. Quanto à questão do vício, eu acho que antes de mais nada a pessoa tem que querer, em contrapartida, se ela não quer e prejudica terceiros, negócio é internar. Eu acho que o jeito mais legal é nessas fazendas, ter acompanhamento psicológico. Muitas vezes não se repara os danos, mas minimiza.
Só que o principal de tudo, o investimento a longo prazo é nas crianças. Educar sempre é a melhor solução.