Óbvio que existe. Tem quem ache que não existe por conta de algumas banalizações da pauta que infelizmente acontecem, e que, ao invés de ajudar, só atrapalham o combate ao racismo.
Por exemplo:
-X chamou Y de macaco: racismo sem dúvida.
-Fulano, negro, é mais qualificado pra vaga de emprego do que Beltrano, branco, mas Beltrano pegou a vaga: muito provavelmente foi racismo, mas ainda há uma pequena (põe pequena nisso) chance de Fulano ter ido mal na entrevista de emprego e não passou confiança. Dá pra debater, pois a chance é enorme.
-Joãozinho, negro, é um chato que manda em todo mundo, não deixa ninguém falar, aí Mariazinha, branca, não quer participar da sua roda de amizades, depois de ter tentado aproximação: isso muuuuito provavelmente não é racismo, mas Joãozinho vai dizer que é racismo estrutural. Às vezes as pessoas não estão levando em conta nossa aparência pra não gostar da gente, às vezes a gente é chato. Tem vezes que vão levar, tem vezes que não.
Mas tem gente que vai dizer com certeza que os três casos são racismo, quando a chance é muito maior de ter sido só nos dois primeiros casos.
A gente precisa focar em repreender quem realmente tá sendo racista, e não dizer que qualquer um que não gostou do nosso jeito só implica por sermos coisa A ou coisa B. Repreender quem não é racista só desilude as pessoas, e fazem elas acharem que é tudo mimimi.
Na minha opinião, o racismo e o preconceito nunca deixaram de existir. E isso é muito triste, e só mostra o quanto o ser humano pode ser tão horrível ao ponto de humilhar, excluir e maltratar alguém por conta da cor da pele.