O Brasil é gigantesco e a vaguidade do termo "cargo público" é maior ainda.
Existem os servidores públicos: municipais, estaduais e federais. Existem os de cargo público concursado ou comissionado.
No âmbito do meu estado, eu considero que alguns órgãos carecem de pessoal pra prestar um serviço de qualidade, exemplo: a SEFAZ, a Polícia Civil e os que servem na Saúde Pública.
Infelizmente sim, mas não se engane, em muitos países, mesmo com a participação majoritária do setor privado em áreas estratégicas, o governo desembolsa bilhões em dinheiro por ano para manter a estrutura e a acessibilidade desses serviços à população.
Nos EUA, por exemplo, o setor de saúde é majoritariamente conduzido pela iniciativa privada, é um sistema considerado eficiente, mas muito caro e de difícil acesso.
Para tentar minimizar isso, o governo dos EUA desembolsa por ano, bilhões e bilhões de dólares em forma de subsídios para esse setor para que a população não fique totalmente desamparada, para manter o medicare, obamacare, gratuidade a idosos, dentre outros benefícios, o total gasto anualmente ultrapassa a quantia gasta do Brasil.
Para efeito de comparação, o Brasil gasta o equivalente a 10% de seu PIB com saúde, enquanto os EUA gastam em torno de 17%, algo bem superior.
O que eu quero dizer é que, ter ou não muitos cargos públicos não é necessariamente um problema, desde que faça parte do plano de país, e não se crie milhares de benefícios para essa galera. Como o Brasil adota um modelo mais assistencialista, concentrado no estado, faz sentido que mesmo com muitos cargos públicos, temos a sensação de falta de mão de obra e qualidade, a verdade é que, infelizmente, o Brasil sufoca o setor privado para ganhar protagonismo, mas perde muito também, porque gasta muito e entrega pouca qualidade. Um equilíbrio dentre os setores, como ocorre em países como Inglaterra e Canadá, faria muito mais sentido no Brasil, mas ninguém quer abrir a mão de mamatas, coisa que europeu e norte americano não tolera.