anônimo
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04/10/2023 13h04
Acabei de ver no programa da Ana Maria Braga a apresentadora Ana Furtado elogiando o trabalho de um profissional que cria adesivos de mamilos com aparência bem natural para mulheres que precisaram tirar a mama devido ao câncer...
- "Que trabalho divino!" (Disse ela durante a entrevista).
Isso me fez pensar um pouco...
Sim, claro que é divino! Pois devolve a autoestima da mulher, que quer se sentir atraente e desejável sempre, e isso é extremamente importante psicologicamente falando! Não há dúvida disso...
Mas parei para pensar... e se fosse um homem?
Alguém diria que um trabalho de correção estética no corpo masculino é divino? Ou dir-se-ia que homens "não devem se preocupar tanto com isso"?
Vivemos escutando que mulheres não são visuais, não gostam de nudes, não se interessam tanto visualmente pelos corpos dos parceiros nem se excitam pela visão, mas sim por audição, por elogios aos seus corpos e por sentimentos românticos que vêm com os relacionamentos.
Então surge este paradoxo. Dois pesos e duas medidas:
- Se alguém se importa com a estética do corpo feminino e devolve a ele a autoestima, seu trabalho é "divino".
- Mas se alguém diz que o homem quer se sentir desejado visualmente, ele está errado e precisa de terapia pra resolver o seu "problema"?
É impressão minha ou há algo de errado na sociedade, que julga os interesses e desejos femininos, a ponto de tornar "patológico" o desejo masculino de se sentir desejado da mesma forma que a parceira é desejada por ele?