Há um idioma que criaram nesse intuito, que se chama Esperanto. Possui até certa fama, mas nunca chegou a tomar tamanha proporção a ponto de se tornar protagonista, imagino que por uma série de razões.
Primeiro que cada idioma e língua possui seu aspecto cultural, o que confere identidade aos inúmeros povos e etnias do mundo e seus falantes. Suprimi-las em razão de uma linguagem única acabaria por eliminar os traços característicos da cultura de determinada população.
Outro fator é que o Esperanto, até onde eu sei, não é língua oficial de nenhum país. Sabemos que o maior uso e disseminação de determinada língua se dá por questões de natureza econômica e geopolítica. Após a II Guerra, o inglês assumiu este papel de "língua universal" devido à posição de centralidade que os EUA assumiu. Tanto em âmbito científico quanto acadêmico, até nas relações comerciais e diplomáticas, o inglês, até hoje, consegue exercer alto grau de influência a ponto de estimular diversas pessoas ao redor do mundo a aprenderem, pela importância que rege no que tange a comunicação.
Se houvesse, então, só um idioma adotado por todos, ok, as pessoas se "entenderiam". Mas diversas línguas e culturas já atualmente marginalizadas iriam potencialmente ser extintas. E, por si só, na prática, talvez não eliminasse as divergências e os conflitos entre povos e nações, pois há outros fatores que vão interferir até em maior escala para isso (alinhamento ideológico; religião; questões territoriais, etc).
A ideia de um único idioma no mundo é interessante, pois poderia facilitar a comunicação global. Mas, a diversidade linguística também é fascinante, pois cada idioma carrega a cultura e a história de um povo. Então, acho que um equilíbrio entre preservar as línguas existentes e promover a compreensão global seria ideal.