Quando tinha 14 anos, vi algumas coisas que me fizeram questionar, e até mesmo vivenciei coisas muito tristes dentro da igreja. Por fim, decidi me afastar e viver em paz comigo mesmo.
Na verdade, foi quando eu li a Bíblia.
Eu era pré-adolescente, e aquelas histórias eram macabras, realmente aterrorizantes. Eu tive contato com um deus furioso e vingativo, que se regojizava em dizimar populações e humilhar pessoas. As histórias que mais me chocaram foram:
- A de Jó. Essa é horrível. Deus arranca tudo o que pode de Jó só para testar sua fé, e no fim a história termina dizendo que lhe deu em dobro. Contudo seus filhos mortos não voltam, não são substituíveis por outros.
- Os 40 anos no deserto. Deus privou Moisés de entrar na Terra Prometida, punindo-o por duvidar.
Aquele deus era indubitavelmente mau. Isso era claro, mas eu tinha que seguir adiante na leitura, e continuei para o Novo Testamento, que falava o contrário, mas os dois eram para serem entendidos como o mesmo deus, algo contraditório.
Parecia claro para mim que Jesus era um personagem, uma pessoa que pregava uma ideia, que era contrária à ideia prévia...
Então eu notei que não era Deus, nem deuses...
Eram só ideias, inventadas por pessoas. Sempre fui nerd, e sempre achei mitologia interessante. Eu sabia vários deuses greco-romanos, nórdicos e hindus. Eu sabia que a maioria destas religiões era morta, mas, na época que era viva, seus adeptos acreditavam com a mesma força que os cristãos. Além disso, o hinduísmo ainda era realmente praticado na Índia.
Foi a partir daquele momento eu notei que os cristãos não eram diferentes dos hindus. Ambos acreditavam em ideias que não podiam ser provadas, e se fosse argumentado contra elas eles ficavam furiosos, pois aquilo lhes deixava chateados, algo que me deixava mal, afinal o debate não era para ofender, mas ofendia, e nunca (no início eu esperei que sim) apareceu deus para se defender no processo.