Grana. Isso vale para toda a indústria de arte e entretenimento. Livros, filmes, com a música acontece o mesmo.
Quem ainda compra cd, escuta um álbum de uma vez, sem distrações? Escuta músicas de 8, 10, 15 minutos?
O mundo está acelerado. É mais rentável lançar músicas com as mesmas fórmulas. Falando de teoria, 99% segue o padrão I-IV-vi-V de alguma escala por 4 minutos e pronto. Hoje pelos algoritmos já se pode ver a tendência dos novos hits por localidade, só adaptar. Foi assim com o despacito, até a anita largou o funk pra cantar em espanhol. Tem que seguir a tendência.
Antigamente era preciso musicas boas (o que quer que isso signifique) para vender um álbum. Tocar nas paradas, novela, entrar em top 10, etc. Hoje não, o foco está em retenção e engajamento, artista precisa ser compartilhado, viralizar com dancinha em tiktok, meme, trend topic. Veja o salto de popularidade da Kate Bush e do Metallica ao tocarem no stranger things, do Tom Petty ao tocar no trailer do GTA VI.
Pense como homem de negócios. Você prefere ter um trampo do caramba, caçar talento, bancar estúdio, orquestra, banda completa, produtor pra um artista genial lançar obras-primas (que levam meses, talvez anos, pra serem finalizadas)... ou prefere que os jovens todos curtam o mesmo "tumti tumti tumti" que um dj consegue fazer a batida em 30min? Se o MC Farofa do hit "trepa trepa trepa" morrer hoje, amanhã tem o MC Tuti fruti com o mesmo visual, mesma voz ruim lançando o "fode fode fode".
Artistas descartáveis e músicas descartáveis são a nova fórmula do sucesso da música mainstream. O resto fica em nichos cada vez mais específicos.
O mundo não parou de produzir gente talentosa. Se quiser ouvir, vai ter que botar os dedinhos pra trabalhar. Só não espere ouvir o novo Tim Maia, novo Daft Punk ou o novo Led Zeppelin em recomendação de spotify ou youtube.
A qualidade hoje está na contracultura, no underground. Procure valorizar artitsas independentes, da sua cidade. Muitos largaram o sonho.