Essa é fácil. Hoje em dia, tendemos a perceber as razões últimas de nosso comportamento e de tudo que fazemos como sendo guiado, em última instância, pela busca de dinheiro e poder, ou seja, precisamente como Hobbes imaginava, autopreservação física ou, na linguagem de hoje, os “interesses econômicos”.
Reflitamos juntos, por um momento: o que nos faz procurar obssessivamente dinheiro e poder senão a necessidade de ser admirado, respeitado, invejado e, portanto, “reconhecido” pelos outros? Não é mesmo? Pense na sua própria vida e na vida dos outros que você conhece. Se isso é verdade, como acho que seja, então a necessidade última dos seres humanos é a busca incansável por “reconhecimento social”. Isso tem a ver, certamente, com a enorme fragilidade de nossa condição existencial.
Fragilidade que tentamos desesperadamente negar e reprimir e tapar o sol com uma peneira. Afinal, somos assolados desde que nascemos por medos e angústias da morte inevitável e da doença, pela necessidade de confirmação de afeto dos entes que amamos, da necessidade de confirmação externa do nosso valor próprio e assim por diante.
Espero que compreenda, Pedro.