O empoderamento feminino deu essa liberdade para as mulheres, sexualmente, terem a liberdade para fazerem o que quiser. O que elas não esperavam é que outras mulheres - principalmente as mais conservadoras - iriam ficar julgando-as disso ou daquilo, dando a entender que isso não é visto como algo correto de uma mulher com bons valores e costumes.
Nesse contexto, as mulheres continuam fazendo sexo casual, independente de quem seja, apenas para satisfazer o desejo que muitos homens faziam ao longo da história. Contudo, os julgamentos sobre suas ações tem uma certa parcela de responsabilidade do Estado que, no século passado, o legislador estipulou o termo "mulher honesta" no Código Penal, naturalizando, assim, a figura feminina de bom costume, ao contrário as mulheres que praticavam prostituição (o que hoje é intitulado como "Job") e a famosa promiscuidade.
O Estado também moldou o homem a ter comportamentos contrários ao bom costume por meio do Código Civil de 1916, que criou a figura do "Pátrio Poder", mas abriu brecha para que o mesmo, ou outros caras, praticasse adultério com outras mulheres, criando, assim, um sistema abusivo de promiscuidade social. Ao invés das mulheres lutarem pelo fim da promiscuidade que o próprio Estado naturalizou por parte do homem e relativizou por parte da mulher, na verdade, optaram em querer agir como eles, como se todos os homens de valor da atualidade fossem valorizar mulheres com estes tipos de comportamento, ainda que elas tenham total direito com a liberdade sexual delas.
Portanto, o Estado criou o homem com esse estereótipo de "pegador", enquanto que homens sem este tipo de comportamento eram vistos como fracos e inúteis. Se o Estado tivesse optado em moldar homens e mulheres como figuras independentes, onde cada um deles tivesse recursos do poder público para cuidarem de sua própria saúde, bem estar, e não pensar apenas em casamento e filhos pra depois vir as responsabilidades legais, teríamos uma sociedade mais saudável.