Desde o início, o relacionamento foi marcado por ciúmes e controle. Menos de um mês ficando, ela começou a questionar minhas curtidas em fotos, pediu que eu fechasse o Instagram e tentou acessar meu celular para ver conversas antigas. Quando neguei, se irritou. Pouco depois, vasculhou minhas gavetas enquanto dormia em minha casa, encontrou cartas de uma ex e nunca revelou o que fez com elas — foi quando percebi o primeiro sinal de invasão séria.
Com o tempo, o ciúme se intensificou: jogou fora presentes de ex, licores e qualquer objeto que ligasse ao meu passado. Passou a monitorar seguidores, curtidas, stories e até quem deixava de me seguir. Qualquer mulher que interagisse comigo se tornava suspeita. Em festas e restaurantes, dizia que eu olhava outras mulheres, criando discussões e constrangimentos. Em um evento, chegou a me acusar de ter ido por causa de uma ex-ficante que apareceu por acaso.
Quando abri minha loja, a situação piorou. Suspeitava de clientes e mulheres que divulgavam os produtos, insinuando traições e até debochando com frases ofensivas. Chegou a dizer que “produto bom pra put4 é fogo”. Passou a fiscalizar quem seguia a loja e quis controlar as entregas e parcerias. Até uma demora na academia ou no trabalho virava motivo de desconfiança — dizia que eu devia estar dando carona ou conversando com alguém.
A vigilância era constante: exigia senha do celular, queria ver notificações, pediu para apagar stories sem camisa e criticava minhas roupas e cortes de cabelo. Transformava detalhes banais — como um fio de cabelo, um perfume diferente ou um arranhão — em “provas” de traição. Até meu chefe ligando no domingo gerava discussão.
Ela me afastou de amigos, me chamava de “fraco” por desabafar e dizia que relacionamento era “só eu e ela”. Passei a evitar redes sociais, festas e até conversas simples para não gerar briga. Mesmo assim, nada era suficiente. Viver com tantas acusações, desconfianças e controle me fez perder a leveza, a paz e até a vontade