Ela não consegue ter relacionamentos interpessoais saudáveis e todo tipo de interação demanda muito esforço físico e mental, é como se o corpo dela fosse projetado para não fazer aquilo e uma simples conversa fosse motivo para reagir como quando colocamos o dedo no fogo.
Ela não é burra, tapada, vazia. É inteligente, emotiva, sensível e com muita história para partilhar. Contudo, a menor possibilidade de precisar sair de casa, se expor, ir à festas ou eventos até da própria família é motivo para o corpo reagir violentamente com falta de ar, visão turva, palpitação excessiva. É como se o corpo estivesse ligando todos os alertas para um perigo iminente, mas, que no fundo, é apenas uma situação ordinária.
Então, o tempo passa e a vontade de ter relacionamentos saudáveis, de ter o fogo da paixão queimando em seu coração, de ter amigos, entra em contraste com a apatia e desânimo de quem evita, em todos os casos, qualquer dose de exposição à vida sociável. E a montanha russa de pensamentos, ora a pessoa cheia de vontade, ora pessoa cheia de apatia destrói o psicológico dela ao ponto de pensar que está maluca.