Vocês namorariam com uma mulher que mostrou ao mundo a sua periculosidade de relacionamento com algo tão canalha e red flag como tatuagem de borboleta?
“A tatuagem de borboleta simboliza principalmente transformação, renovação, liberdade e beleza, representando a jornada pessoal de crescimento, superação de desafios e a leveza da vida, com significados adicionais variando entre culturas, como ressurreição (cristianismo) ou a alma (mitologia grega). “
Aí vem uns bocós na internet falar idiotice, e outros mais bocós ainda compram a ideia.
E não, eu não tenho tatuagem de borboleta, antes que venham falar que tô me doendo.
Ela está sozinha no apartamento, polegar em transe, deslizando o Instagram como quem reza sem fé. Desfile infinito de mulheres "ricas", "livres", "autênticas", todas marcadas a tinta: corpos transformados em currículos visuais de pertencimento. A tatuagem não é adorno, é senha. Aos poucos, sem anúncio formal, o cérebro aceita: isso é o normal agora. Ela olha para os próprios braços lisos com a mesma estranheza com que se olha um erro de digitação no próprio nome.
No trabalho, na faculdade, no café: todos sinalizados, todos decodificáveis. Menos ela. O desconforto não é estético, é zoológico: estar fora do bando é biologicamente ofensivo. Então ela converte as poucas economias em urgência e corre ao estúdio de tatuagem. Não quer um desenho, quer uma prova. Algo visível, algo perguntável. Vasculha o Pinterest atrás de uma com "significado" pronto, embalado, suficientemente vago para parecer profundo. Porque quando perguntarem, ela não pode dizer a verdade: que foi medo. Ela dirá o mantra universal da época: que tem um puuuuuuta significado.
Dado este exposto, eu JAMAIS namorarei ou sequer terei amizade com qualquer mulher que tenha qualquer tatuagem.