Todas as séries que começo a assistir eu sempre paro no começo.
Esses novos modelos de séries são feitos apenas para prender o espectador, não para proporcionar o entretenimento, nem tampouco, arte.
Lembro que há vários anos assisti a uma palestra de um professor da Universidade de São Paulo, especializado em tele-entretenimento, na qual ele discorreu exclusivamente sobre TV seriada, e expôs e explicou uma série de grandes séries de TV, como "The Twilight Zone" (1959-1964 - ficção), "I Love Lucy" (1951-1957 - comédia), M*A*S*H (drama/comédia), Vila Sésamo (1969 - no ar até hoje - Infantil), entre outras. Nestas séries ele explica que, além dos elementos constantes em uma série de TV, como os "ganchos" entre intervalos comerciais e o "gancho" no final do episódio (para provocar a expectativa para o episódio posterior), haviam sempre valores morais a serem observados constantemente pelo público, além do entretenimento geral.
Hoje, não há nenhum valor moral a ser mostrado. Tudo tornou-se tão somente entretenimento. As séries não são mais "originais", são moldadas para o público e, muito pior: pelo público. Há pesquisas qualitativas frequentes sobre quais os personagens que o público está gostando, então há ordem para os roteiristas de alterarem seu roteiro original a fim de agradar ao público. Na prática, isto significa matar a imaginação e dar voz apenas aos idiotas - quais são a maior parte do público.
Das últimas, gostei de Breaking Bad. Mas só comecei a assistir depois que a série havia terminado e depois de ouvir um monte de gente falando para eu assistir à série.
Achei bacana, sobretudo porque o criador Vince Gilligan não se submeteu aos produtores da Netflix para dar continuidade à série. Ele mesmo disse em entrevista: "Impressiona que eu criei o personagem principal como um vilão e, quando mais mal ele fica, mais o público torce para ele. É coisa de louco!"
Então ele matou o personagem no tempo apropriado exatamente para a série ficar marcada.