anônimo
anônimo
13/12/2024 15h47

A escrita do ChatGPT me parece muito árida. Os livros são circulares, tediosos e sem

contribuições expressivas, se é que existem. A IA ainda peca na citação criteriosa de fontes. Pra escrita criativa, talvez daqui a um tempo sirva muito bem escrevendo livros de fórmulas genéricas, como os best-sellers de ficção narrativa contemporâneos. Se existe demanda, não importa a qualidade. Mas duvido que uma IA consiga escrever um clássico. Enquanto a regurgitação de informação avança rápido na IA, a criatividade dela anda em passos muito lentos. E isso se dá principalmente porque as fontes da IA são uma média da produção artística presente na internet. Se conservam os traços gerais, e nos casos excepcionais, se emula um estilo de x artista - o que constitui plágio. Uma coisa ou outra não soa muito bem. Por isso não acredito nessa de IA desbancar totalmente escritores e artistas visuais.
Mas a nível empresarial, pode ser mais vantajoso para as corporações a integração da IA nos segmentos de marketing. O desenho analógico perdeu, no século XX, o seu lugar para o design digital no campo da propaganda. Pode acontecer algo parecido, com a arte IA sendo usada em mais larga escala. A questão é que a arte analógica não sumiu, só assumiu um nicho menor. E no pior dos cenários, é isso que vai acontecer com a arte produzida por humanos, vai ser reduzida a nicho, e não desaparecer. Mas ainda sou descrente desse cenário, porque havendo menos artistas publicando, a IA deixa de se alimentar - então existe uma crise de obsolescência criativa. Mas aí é outra história.
Não conservo tanto pessimismo em relação a ela.