Uma mulher que “rodou meio mundo”, como você diz, pode ser alguém interessante, de caráter,

inteligente e cheia de outras virtudes. Fazer sexo não diz nada sobre o caráter de uma pessoa. Enquanto isso, há pessoas sem graça e sem virtude que se acham especiais só porque escolhem não fazer sexo. Em vez de gastar tempo julgando mulheres que têm vida sexual ativa, use esse tempo para seu próprio desenvolvimento pessoal. Virgindade não é sinônimo de valor.

Sobre sua frase “A minha indignação é justa e bíblica”, confesso que até ri. Você acha que é justa porque tem essa fé, mas não deve extrapolar isso como uma verdade absoluta. Existem inúmeras interpretações teológicas, e a diversidade de igrejas e doutrinas entre evangélicos só mostra isso. E só para lembrar, Salomão teve 300 esposas e 700 concubinas. Seu exemplo, na verdade, revela uma grande hipocrisia.

Mais do que julgar, devemos respeitar as escolhas individuais e cultivar a empatia, entendendo que cada pessoa tem o direito de viver sua sexualidade da maneira que achar melhor, sem sofrer preconceitos ou rótulos. Afinal, a mesma bíblia que você diz seguir ensina:

“1 Não julguem, para que vocês não sejam julgados.
2 Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.
3 Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
4 Como pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu?
5 Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.”
(Mateus 7:1-5)

Julgar a vida sexual de uma mulher não só é injusto, como também pode causar sérios danos à autoestima e à saúde mental dela. A liberdade sexual, quando vivida de forma responsável e consensual, é fundamental para o autoconhecimento e o bem-estar emocional.

O respeito e a empatia são os caminhos para uma convivência mais justa e humana.