anônima
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28/02/2021 12h12
Tem lembranças díficeis de esquecer.
Especialmente aceitar.
Meu primo de 30 anos abusou da garota de 14 anos. Eu, a garota.
Foi com meu primo que dei meu primeiro beijo, ele me ensinou, e foi com meu primo que perdi a virgindade. Eu tinha 14, ele 30. Eu uma menina, ele um homem bem experiente.
E perverso.
Ele sempre foi muito querido por toda a familia especialmente por meus pais que sempre o convidavam para qualquer ocasião que fosse em nossa casa.
Embora ele fosse muito presente em nosso meio, estivesse sempre conosco, quase não conversávamos, não trocavamos muitas palavras, apenas o essencial.
Eu, tímida e muito discreta, não conversava muito. Nem tinha muitas amizades por ser tão reservada, calada e quieta. Ele se aproveitou disso.
Quando tudo começou, nem sabia como agir em relação aquela situação, as vezes sentia culpa. Ele me convencia a ficar calada e que teria que fazer aquilo.
Ele me colocava no colo dele, fazia carícias e beijos quentes, colocava as maos la e começava.
Isso durou uns 3, 4 anos. Quando me mudei para estudar num colégio renomado. Foi a forma que encontrei de ficar longe do meu primo abusador.
Não contei a ninguém sobre isso e sei que de alguma maneira, isso moldou meu caráter, modo de ser, agir e pensar.
Se já era calada e na minha, me tornei ainda mais introspectiva e ate mesmo indiferente aos outros.
Muitos já me questionaram mas não sabem meus motivos.
Dizem que estou sempre séria, que parece que so penso em trabalhar e mais nada, perguntam ate porque eu não sorrio pra nada e ninguém...
São as lembranças, que estão sempre presentes.
Nunca tive um namorado. Ficantes sim, mas não consigo me envover emocionalmente com nenhum.