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anônimo
anônimo
168  25/07/2023 10h06

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

Mário Quintana

entre na sua conta para poder responder.
eles perguntam
9 11
elas respondem
24/07/2023 23h11
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
anônima
anônima
24/07/2023 23h54
Ao leitor por Charles Baudelaire

“A estultícia, o engano, o pecado, a avareza,
Ocupam-nos a mente e os nossos corpos minam,
E remorsos amáveis nosso corpo animam,
Como o mendigo ao verme que ele tanto preza.

Nossos pecados são duros, tíbio o pesar,
Vendemos a alto preço as nossas confissões,
E voltamos com gozo aos barrentos rincões,
Com vis prantos achando as nódoas apagar.

Do mal no travesseiro é Satã Trismegisto
Que embala lentamente a nossa alma encantada,
E o tão rico metal da vontade enleada
Faz-se vapor na mão desse sábio alquimista.

O Demo é quem segura o fio que nos guia!
Achamos sedução nas coisas mais nojentas;
Sem horror, através das trevas fedorentas.
Pro Inferno um passo a mais nos leva a cada dia.

Qual pobre garanhão que devora na transa
De alguma velha puta o seio dolorido
Queremos de passagem prazer escondido
que esprememos tal qual bagaço de laranja.

Cerrado, a formigar como um milhão de helmintos,
Um povo de Demônios folga em nossa mente,
E a Morte, ao respirarmos, no pulmão, fremente,
Desce, invisível rio, em queixume indistinto.

Se o estupro, o incêndio, o veneno, o punhal,
Não lhes bordaram inda em desenhos risonhos
O rascunho banal de seus dados tristonhos
É que nossa alma, é pena, a isso se presta mal.

Mas em meio às cadelas, onças e chacais,
Macacos, escorpiões , gaviões e serpentes,
Os monstros a ganir, rosnar, pelo chão rentes,
Na fauna infame e vil dos vícios ancestrais

Existe um mais feio, e maldoso, e imundo!
Embora sem fazer grandes gestos, gritar,
É capaz de em frangalho a terra transformar
E num só bocejar engoliria o mundo;

É o Tédio! — carregado o olhar de pranto vão,
Ao fumar seu cachimbo em sonhos mergulhado,
Tu conheces, leitor, tal monstro delicado,
— Hipócrita leitor — meu igual — meu irmão ! “
25/07/2023 10h06
Fiz sobre mim:

No mundo digital, seu brilho resplandece,
Rica, influenciadora, chique, ela cresce.
Com posts que encantam, estilo que fascina,
Conquista corações, sua essência genuína.

Compartilha a beleza, a moda, a vida glamorosa,
Mas também os valores, a alma generosa.
Uma mulher de impacto, com visão singular,
Rica e chique, no mundo virtual a reinar.
anônima
anônima
25/07/2023 00h28
"Neste colégio de merda
Apendi coisas pra chuchu
Estudei muita matemática
Comi o primeiro cu".

PELLEGRINI, Domingos. Os Meninos (1987).
anônima
anônima
25/07/2023 00h20
Fiz muitos poemas,
e não posso explicar nenhum,
poemas não são como paredes,
não podem ser sólidos.
Poemas são maleáveis, incertos, formam centenas de caminhos por entre suas letras, traços e vírgulas.
Poemas não ficam parados, eles voam por entre as mentes e fases do tempo.
Um dia são uma coisa, outro dia são outra, mas nunca uma coisa só.
Os versos são confusos, mas estão ali, dançando por entre o caos do poeta que os escreve.
Foram feitos para confundir, para mexer com o leitor, para o tirar da orbita e lhe perturbar a consciência.
Poesia nunca explica nada, e quanto mais escrevo, mais confuso percebo que sou.
Que palavras levam para muitos lugares e todos eles sao canto nenhum.
E isso não pode ser ensinado, não pode ser elucidado, deve apenas ser sentido, pois um poema explicado, é também um poema perdido.“

- Chalie Barkley
anônima
anônima
24/07/2023 23h50
Vou postar só um trecho de uma do Fernando Pessoa

Para chegar ao bojador é preciso ir além da dor
Deus ao mar o perigo e o abismo deu
Mas nele é que espelhou o céu
anônima
anônima
24/07/2023 23h47
“Se sou amado
Quanto mais amado
Mais correspondo ao amor.
Se sou esquecido
Devo esquecer também
Pois o amor é feito espelho: Tem que ter reflexo.“
24/07/2023 23h13
Não, muito obrigada, não gosto de poesia
24/07/2023 23h12
Sair correndo por quê?
eles respondem
anônimo
anônimo
24/07/2023 23h38
anônimo
anônimo
24/07/2023 23h50
O BICHO

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira
anônimo
anônimo
24/07/2023 23h12
O lobo-guará é manso
foge diante de qualquer ameaça
é solitário
avesso ao dia, tímido

detesta as cidades
para fugir do ataque
cada vez mais inevitável
dos cachorros

atravessa estradas
onde quase sempre é atropelado
onívoro, com mandíbulas fracas
come pássaros, ratos, ovos, frutas

às vezes, quando está perdido,
vasculha latas de lixo nas ruas
engasga ao mastigar garrafas
de plástico ou isopores

se corta e ou morre ao morder
lâmpadas fluorescentes
ou engolir fios elétricos
morre ao lamber inseticidas

ou restos de tinta
ou ao engolir remédios vencidos
ou seringas e agulhas
descartáveis

dócil, sem astúcia,
é facilmente capturado e morto
por traficantes de pele
quando então uiva
anônimo
anônimo
25/07/2023 00h35
O Cume

No alto daquele cume,
Plantei uma roseira.
O vento no cume bate,
A rosa no cume cheira.
Quando vem a chuva fina,
Salpicos no cume caem.
Formigas no cume entram,
Abelhas no cume saem.
Quando cai a chuva grossa,
A água no cume desce,
O barro no cume escorre,
O mato no cume cresce.
Então quando cessa a chuva,
No cume volta a alegria.
Pois torna a brilhar de novo
O sol que no cume ardia.

Falcão
24/07/2023 23h24
Amor minha vida, minha casca de ferida!
anônimo
anônimo
24/07/2023 23h12
Era uma vez uma utopia tão peculiar,
Onde tudo era tão perfeito e regular.
As pessoas viviam sempre sorrindo,
E até o café de manhã era divino!

Não existiam dias nublados ou chuvosos,
Apenas céus azuis e arco-íris luminosos.
As contas a pagar nunca existiam,
E o engarrafamento jamais surgiam.

O trabalho era tão divertido e descontraído,
Todos riam o dia todo, num riso unido.
A comida era sempre saborosa e farta,
E os quilos extras simplesmente não importavam.

As crianças não faziam birras nem travessuras,
E os adultos brincavam sem preocupações obscuras.
Os políticos agiam com honestidade e justiça,
E a corrupção deixava de ser notícia.

Ninguém precisava pegar fila no supermercado,
Tudo era entregue em casa, sem cansar o lado.
As tecnologias eram todas simples e eficientes,
E os computadores nunca davam problemas insolventes.

Nenhuma ligação telefônica era interrompida,
E as redes sociais eram só amor e nada de ferida.
As fofocas eram apenas brincadeiras divertidas,
E todas as piadas eram sempre bem-vindas.

Na utopia, todos falavam a verdade,
E não existiam dramas ou maldade.
As músicas eram sempre alegres e dançantes,
E os desafinos simplesmente desapareciam instantes.

Ah, como seria bom viver nessa utopia engraçada,
Mas claro que no mundo real, existe muita risada.
Então, mesmo com suas falhas e imperfeições,
Enfrentemos a vida com bom humor em todas as ocasiões.
anônimo
anônimo
25/07/2023 00h41
O tempo é cruel e implacável
Não poupa nem os fortes e nem os fracos
Te tira a vida aos poucos a cada suspiro
Não adianta correr e muito menos parar
Então o que nos resta é viver e parar de contar

- não lembro do autor
24/07/2023 23h15
O pau do meu amado
é ligeiramente inclinado
para a esquerda
Como um bumerangue
num dia de sol na Lagoa

O pau do meu amado
é bonito como o anoitecer
na Mureta da Urca
e o amanhecer
na Praia Vermelha

O pau do meu amado,
além de torto
para a esquerda,
tem um sinal que lhe confere
a mais deliciosa distinção

O pau do meu amado
é um cilindro grosso de macho
que, quando me penetra, me causa dor,
e eu preciso de cerca de trinta segundos
para me ajustar ao seu formato

O pau do meu amado
é tão grande
que, quando está na minha boca,
encosta na minha epiglote
e me faz engasgar

O pau do meu amado
é tão perfeitamente composto
que parece que minha mão
nasceu para masturbá-lo
E, sem fazê-lo, torna-se inútil

O pau do meu amado
é capaz de se regenerar
em segundos após o clímax
Nunca falha em me presentear
com o mais saboroso leite de homem

O pau do meu amado
é tão competente
que seria capaz
de me foder
até mole

O pau do meu amado
é tão inigualável
que só a lembrança dele
deixa minha boca aguada
e me faz tremer

O pau do meu amado
é tão sublime
que é inclinado
para o lado certo
do espectro político
anônimo
anônimo
24/07/2023 23h16
Só quero um céu azul
Um céu recheado de nuvens e azul
Para contemplar ao ponto de agradecer
E gozar na boca do curioso
25/07/2023 10h02
Eu já fiz uma antiga, mas tinha que usar algumas palavras. Pergunta: https://elaele.com.br/q/103073-quem-consegue-fazer-poesia-palavra-buceta-pau

Meu pau se alegra
Quando, sua buceta o vê
Meu pau exibido adora aparecer
Venha, venha vê
O meu pau resplandecer
Sua buceta chorará
Quando o meu pau adentrá-la
E nesse movimento incrível
Gozarás disparado

By Imperador22
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