No presente escrito, debater-se-á a respeito dos empeços que se erguem face ao confronto da ocultação da ocupação de cuidado realizada pela feminina em terras brasileiras. Uma vez que, na época atual, o labor feminino na esfera de cuidado, enquanto imprescindível e constante, ainda se vê relegado à penumbra da história, e essa questão requer considerável atenção e transformação.
O trabalho feminino de cuidado, que inclui atos como a guarda dos rebentos e os cuidados com a morada, constitui alicerces da coletividade e família. Sem embargo, ele permanece quase sempre velado e subestimado, a despeito de sua magnitude. Há uma incógnita quando a nação percebe a relevância deste serviço, que, embora desempenhado sem cessação, está distante de angariar o reconhecimento que merece.
Os entraves para dissipar essa invisibilidade são múltiplos. Em primeiro lugar, é mister alterar o paradigma da sociedade em relação às atribuições de gênero, promovendo uma compreensão mais justa do labor doméstico e do cuidado como um ofício vital. Este é o momento para reconsiderar a abordagem social ao feminino, de modo a destituir preconceitos e prestar justa reverência ao esforço feminino.
Além disso, políticas públicas devem ser criadas com o objetivo de apoiar as mulheres em seu desempenho de cuidado, proporcionando recursos, como creches acessíveis e licenças parentais justas. Uma sociedade verdadeiramente equitativa deve recompensar o trabalho de cuidado com respeito e suporte, de maneira que as mulheres possam desempenhar essa função essencial sem prejudicar suas carreiras e bem-estar.
Em última análise, os obstáculos para revelar o trabalho de cuidado desempenhado pelas mulheres e assegurar seu reconhecimento e valorização são muitos, mas não insuperáveis. É premente que a sociedade, o Estado e as instituições em geral se empenhem em criar um ambiente em que o trabalho de cuidado seja visível e respeitado, e as mulheres sejam valorizadas por seu papel central.