Pobres criatura é um filme horrível que me despertou fúria ao assisti-lo.
Logo no começo eu gostei bastante do filme. A filmagem, o figurino, a atuação da atriz. Mas observei que a lógica da história não é original, ela tem uma forte influência em Flores Para Algernon, no qual um personagem de baixo Q.I. vai evoluindo intelectualmente e isso é refletido na fala dele e no modo de observar a sociedade e o mundo. Mas isso me fez gostar ainda mais do filme e ficar encantado, querendo assistir mais, pois a premissa era boa também.
Mas todo o encanto acabou quando começou o capítulo Lisboa. Todo o encanto acabou, tudo foi por água abaixo. Minha vida estava sendo escoada enquanto na tela do cinema passava um show medíocre que cometeu o maior crime que posso imaginar no cinema: ofereceu esperança de ser um bom filme, mas não se concretizou. O show de horrores prosseguiu com um SoftPorn no qual a grande mensagem sublime, engrandecedora, motivadora nunca chega. Apenas é isto: softporn. Nada chega a um lugar bom ou que nos eleve moralmente. A personagem vai ficando mais inteligente com o decorrer da trama, mas não faz nada sublime, nada complexo, ela apenas faz sexo com vários homens, de várias maneiras. E o final fecha com chave de bosta o arco da desgraça que tinha como inspiração Flores Para Algernon, mas ao contrário deste, foi um lixo completo sem nada. Um absurdo vazio.
Obviamente a cena que eu mais dei risada foi quando ela foi "apresentada ao mundo real" com todas as aspas, e observou a pobreza do mundo e num movimento acreditou que para acabar com aquilo apenas uma ação socialista do tipo de distribuição de renda imediata ceifaria o problema, quando foi confrontada pela corrupção humana. O que me despertou risos é que apenas um retardado semi-completo (como era o caso dela) pensaria em algo assim.
Sai da sala de cinema furioso.