Porque o mundo e a sociedade foram achatado pelo liso, as tecnologias e o modo que o ser se relaciona com o mundo e com os outros seres, se tornou pouco empático e que não admite ruído ou textura.
No liso, as conexões são fluidas e rápidas, não há atritos, tudo que tem resistência suficiente para causar atrito é descartado e substituído por prazer que desliza. O senso de alteridade quer se limitar ao grupo, somente a sua bolha e os teus, assim diminui qualquer divergência.
Os estímulos são filtrados, seja nos filtros das imagens das redes e aplicativos, seja nos áudios e músicas com seus autotunes, Estética dos sentidos mudou na nova era do polido.
O fogo da Política e das relações humanas (relacionamentos) se faz com atrito, por isso a grande aversão ou falha. Malditos seres humanos, parece que foram enfeitiçados pela maldição da medusa, proibidos de olhar para a própria imagem.
Esse jeito de ser no mundo onde toda frustração, sonhos de consumo, desejos românticos quando não consumados, são vistos como uma violência contra o ser ou motivo de auto-comiseração. São tempos líquidos.
Hajam espelhos!