Como preâmbulo, digo que não me incomoda tanto porque não vou jogar. Provavelmente estão pondo em prática a cartilha ESG para ganhar investimento de corporações. A forma mais fácil e preguiçosa é da diversidade fora de lugar, já que aquelas práticas de sustentabilidade ambiental e liderança ética são menos gritantes que "olha, colocamos um esquisito no jogo".
Eu nunca entendi qual a pira dessa galera multi-gêneros. Muitos se amparam na variedade histórica e sociocultural de gêneros, em sociedades indígenas, orientais, algumas ocidentais mais arcaicas ou o que seja. Mas mesmo esse fundamento é baseado no dado objetivo do papel social. "Se sentir" um gênero não significa nada se não definido em termos materiais ou manifestações práticas. Isso também sangra pra outras questões contraditórias, como o tão consagrado conceito de "apropriação"; povos indígenas que usam a denominação "two spirit" como exemplo de não-binariedade já rechaçaram seu mal emprego por feministas de cabelo colorido. Essas coisas não existem fora do locus social específico de um povo, e não existem fora de uma tradição e muitas vezes de um contexto ritualístico.
Essa galera esquisita woke só pega ideias muito mal definidas, más leituras de teorias filosoficamente dúbias e sem a preocupação com o rigor epistemológico (ou falta dele) que gerou essas ideias. O que é um duplo erro. Eu acho é que nenhum realmente para pra pensar em que está se baseando pra se rotular, e é mais uma decisão emocional e algumas vezes de peer pressure. Some a isso a adolescentificação crescente da juventude, e voilá. Gente que preferencialmente deveria estar numa clínica psiquiátrica e não em lugares de relevância no discurso público.