Marxista vírgula. Por mais que eu não goste de praticamente tudo o que li sobre marxismo, a maioria das pessoas que se dizem marxistas leram muito pouco sobre o assunto.
Basta ver quem são os principais divulgadores do marxismo fora da academia: Gustavo Gaiofato, Ian Neves, Carolline Sardá, Humberto Matos, Jones Manoel, João Carvalho, Gustavo Machado.
Desses, apenas os últimos dois ou, quiçá, os últimos três, têm algum conhecimento. Os dois últimos são acadêmicos, doutorandos ou já apresentaram suas teses. Gustavo Machado, entretanto, é um marxista heterodoxo, de linha trotskista, vinculado ao PSTU. O Gaiofato era liberal até outro dia, como se pode ver no blog dele arquivado "Blogaiofato".
Excetuando-se o Gustavo Machado e, talvez, o João Carvalho, os demais seriam piada para qualquer intelectual marxista sério, como a Maria da Conceição Tavares, Alysson Mascaro, Leandro Konder, Marilena Chaui, Safatle, Christian Dunker, Caio Prado Júnior, Jose Paulo Neto, entre outros. Mas esses não têm penetração social, praticamente ninguém conhece suas obras, nem mesmo os universitários de esquerda, que estão mais preocupados em reproduzir aqui os discursos liberais americanos.
Porém, você está certa em termos teóricos. Marx de fato tece uma crítica à religião, em particular ao cristianismo, como sendo parte da superestrutura que se forma a partir das relações econômicas, e como tendo o papel de legitimar e perpetuar as relações de exploração por meio da alienação. A "justiça divina depois da morte" seria, para Marx, um exemplo de ideia formulada para conformar as pessoas à ideia de que a "vida na terra é injusta mesmo" e impedir que se levantem contra os detentores do poder. Mas essa é uma crítica rasa e injustificada.