O caos da escola não tem a ver com o lugar, mas com as pessoas que tem lá dentro.
Tem toda uma cultura por trás, até mesmo a política (se estivermos falando de escola pública, principalmente).
Estamos em um país onde culturalmente a educação não é valorizada. Seja ela no âmbito familiar, como papel de pai e mãe de formadores morais, ou no âmbito escolar, como papel de professores como formadores acadêmicos. Tudo é muito chato, a disciplina, as regras, os adolescentes e jovens tem uma crescente aversão a isso, já que estão numa fase peculiar de autodescoberta, em que querem se diferenciar daquilo que é comum e acharem seu próprio caminho, pensando que a solução é se desfazer dos padrões, desconstruir (o que seria melhor expressado com a palavra destruir) o que já foi definido antes, com o argumento de que essas coisas são opressoras e limitadoras. Professores estão esgotados e mal remunerados enquanto os estudantes zombam do nível de comprometimento que ainda lhes resta. O governo só está preocupado em oferecer educação gratuita, muitas vezes sem pensar na qualidade, para cumprir promessas de campanha e manter o número de votos. O interesse é deles, nunca o nosso. Se assim fosse, melhor administrado e investido seria o recurso da educação no país. Depois que saímos da escola nos deparamos com o mundo lá fora, no qual temos total liberdade como "adultos" que nos tornamos de escolher qual caminho profissional seguir e o que faremos de nossa vida (se vamos trabalhar ou não e com o quê, se vamos formar uma família). E aquela crescente aversão aos padrões continua, só que os argumentos vão mudar. A medida que o tempo passa, nós amadurecemos e a desordem mental típica do adolescente vai passando (em ritmos diferentes) mas algo de ruim fica e vai sendo sofisticado, não corrigido.