Não é de hoje que o homem está em crise de masculinidade. Desde A República,

Platão aborda a questão do papel do soldado, ser o guardião/guerreiro na cidade ideal. Ele teceu fortes críticas à Homero e sua Ilíada. Soldados com medo? Deuses e heróis com falhas, covardia? O que estamos ensinado aos jovens com esses exemplos? Vemos aí que o papo de "homem não chora" não é de hoje, naqueles tempos a noção do masculino ser ligada à valentia já era assunto das conversas. Seja através da diplomacia na política ou seja através do pé na porta e soco na cara.

Partindo disso entendemos que a figura do masculino tá diretamente ligada a noção de utilidade. Fazer algo, ser um agente transformador. O cara que resolve. Seja no campo de batalha, na assembleia, na feira da praça, na cultura. Não à toa a maioria dos artistas, pensadores, professores, pintores, escultores, poetas, músicos eram homens.

Aliás, aquele papo de homem das caverna caçar e mulher colher frutas e cuidar das crianças também é idealização, desde o paleolítico mulherada também pegava nas lança e ia trazer a janta pra casa:

https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/historia-hoje/mulheres-pre-historicas-tambem-cacavam-apontam-cientistas.phtml

Porém os tempos mudaram e esse papel foi sendo divido com as mulheres e com as máquinas. Revolução Francesa, Industrial. Mulheres estudando,entrando nos esportes, artes, universidades, mercado de trabalho, forças armadas. Uma mulher busca o que exatamente num homem hoje em dia?

Sacou onde quero chegar? O homem sustentou por milhares de anos a sua identidade em ser forte, valente e útil. E agora na atração. Homem é o cara que come geral, que pega as mais gatas.

E mantendo essa ideia de que homem não chora, não aprendemos a lidar com essa frustração. Então quando leva um fora o cara se sente insuficiente para a mulher. Se sente ofendido, atacado. Se sente menos homem. Mas ainda tem força e valentia pra revidar e se afirmar macho, mesmo que contra alguém mais fraco.