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anônimo
anônimo
308  28/12/2023 00h08

Desde o momento em que o vi naquele estado, concebo-lhe desprezo. Não exagero. No instante em que finalmente julgaram oportuno permitir minha entrada e, ao olhar para baixo, deparei-me com o velho a suster-se nela, já debilitado. Agarrado a ela, extraindo-lhe a vitalidade, enquanto seu semblante se voltava para o alto.

A Mãe, semblante dominado, radiante, como se nada invasivo ou grotesco tivesse ocorrido. Ela havia chorado no recôndito do quarto, clamado, e agora, onde estava aquela mulher? Jamais percebera nela essa expressão tão... a expressão corrente seria "alheia", não é verdade?

Naquele momento, compreendi que nutria desprezo por ele. Não há termo mais apropriado. Desprezível. Toda a situação, dali em diante. A verdade: eu não considerava aquilo natural, gratificante, belo ou justo. Pensem de mim o que quiserem. É a verdade. Tudo era desagradável. Ininterrupto. O assalto sensorial. Não há como descrever. A incontinência. O vômito. O odor simplesmente. O ruído. O sono usurpado. O egoísmo, o horrendo egoísmo do velho, você não faz ideia.

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anônimo
anônimo
28/12/2023 00h08
Fez barraco né bicha
27/12/2023 22h37
Bravo, bravo, emocionante.
anônimo
anônimo
27/12/2023 23h31
Com certeza.
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